O governador do Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB) foi convidado pelo sócio Marcos Campos para falar no evento “Desafios do Desenvolvimento Sustentável”, realizado pela RAPS, entidade da qual é diretor executivo. O encontro foi na sexta, 1/7, em São Paulo.
Ao lado de Guilherme Leal, presidente do conselho diretor da organização, Marcos Campos destacou a importância da construção de debates que contribuam para o fortalecimento da democracia no Brasil.
Em sua apresentação, o governador Pedro Taques falou sobre a crise econômica do país e a falta de credibilidade das instituições públicas. Segundo ele, “não há possibilidade de sucesso econômico sem o restabelecimento de uma relação de confiança em todos os setores da sociedade”.
Destacou a relação comercial entre o Brasil e a China como um dos importantes aspectos para a retomada do dinamismo da economia nacional, ressaltando a necessidade urgentes reformas, como a tributária e do ambiente de negócios, e de parcerias com os diferentes setores da sociedade: “O cidadão quer ter acesso a bens e serviços, mas a atual legislação tributária brasileira inviabiliza a possibilidade de termos mercado. As parcerias com a iniciativa privada serão fundamentais para enfrentarmos esse período de crise pelo simples fato de que o governo não pode e não conseguirá resolver tudo sozinho.” Ele também salientou sua preocupação com a questão da energia e disse que o país precisa desenvolver novas matrizes energéticas.
Sobre a crise política que o Brasil atravessa, Pedro Taques avaliou que a histórica dicotomia PT x PSDB revela uma hipocrisia que não faz bem ao país. “O Brasil é muito maior do que isso”, disse ele, afirmando também que é preciso ter cuidado com quem acirra ainda mais a polarização na campanha eleitoral deste ano. “Tenho preocupação com os candidatos ‘salvadores da pátria’ ou reacionários.”
Inovação
Questionado sobre a agenda de inovações de sua gestão, o governador Pedro Taques falou sobre a criação do parque tecnológico do Mato Grosso, com incubadoras de projetos, startups e ações que levem a um serviço público de eficiência e qualidade, além de outras iniciativas com potencial transformador, como o Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção, criado em seu governo. “O brasileiro não é geneticamente corrupto. Nem historicamente corrupto. O que temos é uma cultura política que coloca o conceito de ‘público’ como algo de ninguém, o que favorece a ideia de corrupção, quando deveria ser justamente o contrário, pois o que é público é de todos. Por isso, é imprescindível a participação da sociedade na elaboração das políticas públicas e no exercício do controle social.”
Ao encerrar o evento, Marcos Campos enfatizou ser necessário redesenhar a estrutura e a forma de atuação dos governos (federal, estaduais e locais), bem como avançar na rediscussão do pacto federativo brasileiro.