Em palestra no Conselho Superior de Meio Ambiente da Fiesp, Marcos Campos debate política e sustentabilidade

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Para alterar cenário brasileiro, a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade aposta na formação de lideranças

 Solange Sólon Borges, Agência IndusnetFiesp

A reunião mensal do Conselho Superior de Meio Ambiente da Fiesp (Cosema), em 28/6, teve a participação de Marcos Campos, fundador e diretor executivo da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), sócio de Campos&Antonioli e conselheiro no Conselho Superior de Assuntos Jurídicos e Legislativos (Conjur). “É preciso pensar a política como método”, defendeu em sua apresentação.

Segundo Campos, ao crescimento econômico não correspondeu o desenvolvimento humano. Após três décadas de redemocratização, o Brasil assiste a uma crescente governança disfuncional e consequente baixa da participação popular. Trinta anos após a redemocratização, o ciclo se fecha, mostra seus limites e revela não apenas a necessidade de uma nova governança, através de reformas, mas evidencia a ausência de lideranças políticas.

 Nesse cenário, ele apontou a assimetria social, a falência de governos que não conseguem manter os serviços públicos e os contribuintes que não querem mais pagar impostos e pedem a manutenção de direitos e empregos, a exemplo dos sindicatos. Esse nó só deve ser desfeito com um debate público de qualidade, apontou Campos.

Em relação à Raps, surgida em 2012, “trata-se de uma rede pluripartidária de lideranças alinhadas em princípios e valores como a justiça social, ética, transparência, sustentabilidade e amizade cívica”, segundo seu diretor executivo. Para ele, o redesenho rumo a uma nova governança requer ampla e profunda reforma política-eleitoral-partidária no país e a qualificação de novas lideranças políticas.

O expositor abordou o tema da governança política. As instituições responsáveis incluem os poderes legislativo, judiciário e executivo, os partidos políticos e as organizações da sociedade civil. Apenas no âmbito dos poderes executivo e legislativo, a governança política da república (união, 26 estados, o distrito Federal e 5.570 municípios) elege, a cada quatro anos, 70.433 pessoas. Nos três níveis da federação (executivo, legislativo e judiciário) estima-se que se empreguem cerca de 11,1 milhões de funcionários públicos e 1,5 milhão de pessoas em cargos de livre provimento. O país conta, hoje, com 35 partidos políticos constituídos e cerca de 125 em formação. Nas eleições de 2012 e 2014, participaram 505.427 candidatos.A justiça eleitoral consumiu em 2014 R$ 5,8 bilhões do orçamento federal.

 Segundo Campos, a Raps soma mais de 485 líderes, alguns já eleitos em diversas instâncias, na Câmara dos Deputados, no Senado e à frente de governos estaduais.

 Ele concluiu lembrando que a transição para uma sociedade sustentável exigirá governos nacionais e subnacionais com capacidade de planejar e governar, empresas comprometidas e responsáveis social e ambientalmente, sociedade civil mobilizada e participativa e um imenso investimento em educação e no combate à ignorância: “É preciso qualificar as pessoas para uma ação política com qualidade”, finalizou, lembrando que são raras as entidades que trabalham a questão de formação política, no Brasil.

Fonte: Portal Fiesp

http://www.fiesp.com.br/noticias/cosema-discute-sustentabilidade-na-politica/