A Inteligência Artificial e o aprimoramento da segurança das instituições financeiras

Inteligência Artificial

A crescente utilização da Inteligência Artificial (IA) e dos algoritmos no combate a fraudes e golpes e na recuperação de valores evidencia seu potencial transformador. Sócrates Suares afirma que essa tecnologia, capaz de processar dados de forma precisa e veloz, veio para ficar

À medida que o setor financeiro evolui, a adoção de tecnologias avançadas como a Inteligência Artificial (IA) torna-se cada vez mais indispensável. Tal inovação permite que os bancos revolucionem a forma como avaliam o crédito e combatem as fraudes, garantindo maior eficiência e segurança para seus clientes. Esses sistemas, capazes de realizar análises complexas com base em padrões comportamentais, dados de renda e outras informações, vieram definitivamente para ficar.

“Devido à criatividade dos fraudadores e ao surgimento de diversos tipos de golpes, os bancos têm investido pesadamente em tecnologia para reduzir ao máximo o risco de seus correntistas serem vítimas de fraudes, bem como para aperfeiçoar a análise de dados para concessão de empréstimos”, explica o criminalista Sócrates Suares, atuante no segmento bancário e sócio do Campos & Antonioli Advogados Associados, escritório especializado em Direito Penal Econômico.

“A Inteligência Artificial é uma tecnologia baseada em dados, desenvolvida para simular ações humanas e pensar de maneira lógica. Aliada ao uso de algoritmos, tornou-se ferramenta essencial para as instituições bancárias”, complementa o advogado. “Seu uso, além de agilizar as análises de empréstimos, autorização de compras, entre outros, tem potencializado o combate às fraudes, pois sua capacidade de analisar uma grande quantidade de informações em curto espaço de tempo otimiza o atendimento e, ao cruzar dados de clientes, facilita a identificação de possíveis fraudes.”

A análise ágil e inteligente exige uma capacidade de armazenamento maior do que a que os bancos possuíam há alguns anos, que se baseava em grandes grupos de servidores conhecidos como monólitos. Atualmente, a tecnologia em nuvem permite que as empresas organizem e processem suas informações de maneira semelhante às das big techs. Assim, os padrões utilizados caminham cada vez mais em direção aos algoritmos empregados pelas redes sociais para analisar o comportamento dos usuários.

No âmbito do crédito, a tecnologia pode indicar as chances de inadimplência e a necessidade de um empréstimo. Já em relação às fraudes, é possível verificar instantaneamente se um pix foi enviado corretamente, por exemplo.

Robôs para recuperar crédito

 

No último trimestre de 2022, o Banco do Brasil realizou uma campanha de renegociação via WhatsApp que recuperou aproximadamente R$ 78 milhões em créditos. A experiência mostrou que os robôs são mais eficientes em situações nas quais os clientes se sentem constrangidos em conversar com outra pessoa.

Em entrevista ao Estadão, Alexandre Duarte, gerente executivo de tecnologia do Banco do Brasil, explicou que a IA também é usada para medir o nível de satisfação dos clientes por meio de um modelo chamado “Risco Bacen”, que avalia a probabilidade de um cliente apresentar uma reclamação no Banco Central.

Gent&

 

Já o Santander emprega um sistema de Inteligência Artificial chamado Gent&, que direciona o atendimento virtual dos usuários, sendo alimentado pelas interações destes. Cerca de 4,5 milhões de clientes são atendidos pela ferramenta, que tem foco em risco e antifraude, mas passa por aprimoramentos para atender a outras áreas da instituição.

Os planos dos bancos para a Inteligência Artificial vão ainda mais longe. Dos atendimentos com interfaces personalizadas até a customização de produtos a custos mais baixos, as instituições têm diversas propostas para aproveitar a tecnologia.

ChatGPT

 

Uma das ferramentas mais populares atualmente, o ChatGPT é voltado para o processamento de linguagem natural e possui diversas funcionalidades e aplicações no marketing digital e na produção de textos. Tecnicamente, o sistema funciona com base em uma rede neural de aprendizado profundo chamada “Transformer”.

Alimentado por uma ampla gama de dados textuais, o chatbot, utilizando a modelagem de linguagem, é capaz de “ler e interpretar” uma pergunta, criando respostas completas e estruturadas, que podem ser aprimoradas através da reformulação da pergunta ou por meio de novas indagações.

Neste processo, o ChatGPT não considera apenas palavras específicas de uma pergunta, mas o histórico da conversa como um todo. Entretanto, é importante destacar que o sistema ainda apresenta erros e inconsistências, principalmente em textos mais extensos.

Redes Sociais

 

Os algoritmos das redes sociais também atuam como robôs, que, com base em diversos condicionantes e variáveis, determinam o alcance e o direcionamento de cada publicação feita. Utilizando esses dados, eles também classificam os resultados dos feeds, privilegiando determinados perfis em detrimento de outros, de acordo com o nível de relevância do conteúdo para cada conta. O objetivo é otimizar a experiência dos usuários, direcionando apenas os posts mais pertinentes e úteis.

 

Leia também: Qual a responsabilidade dos bancos em casos de erros e falhas no pix?

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